sábado, 4 de agosto de 2012

o tempo passa

A data de hoje marca o dia mais difícil da minha vida. Três anos atrás, no raiar do sol, um médico me dizia que todos os planos, todos os sonhos contigo acabariam em alguns dias. Tudo que você fez foi negar aquela afirmação, que todos estavam errados, e que você cumpriria sua promessa de ficar ao meu lado. Não quis ver ninguém, mas pediu para que minha mãe viesse ficar conosco, queria me proteger por certo. O dia foi cruel, eu não consegui acreditar que tanta luta, tanto querer acabavam ali. Logo à noite, não respondia mais, a morfina tomou seu consciente. E a única força que eu consegui juntar naquele momento foi para implorar que os mestres viessem ao teu auxílio e acabassem com teu sofrimento. Foi a coisa mais difícil que fiz na minha vida. Abrir mão de você, foi como abrir mão de mim mesma. Foi doloroso demais e ainda é. Não choro mais tua ausência, me conformei com ela. Não chamo mais teu nome, para mim tornaram isso proibido. Ainda me lembro de que, deitada ao seu lado como de costume, ouvia as batidas do teu coração e não acreditava que aquilo estava acontecendo. Foi este o último dia que tive contigo, dia 3 de agosto de 2009, e na madrugada seguinte foste tirado da minha vida e parte da minha vida tirada com você. Ainda sinto saudades, mas me acostumei com a ideia de que devo seguir em frente... e tenho tentado ir... apenas não tive sorte ainda. Penso bem menos em você... mas isso também não torna as coisas mais simples, pois abdicar de você implica abdicar sempre mais um pouco de mim. Espero que um dia você deixe de povoar definitivamente meus pensamentos.