sábado, 19 de junho de 2010

Quantas primaveras?…

Quantas primaveras?…

é o que todos dizem.
Mais uma primavera?! quantas primaveras

Não são primaveris os dias
Não sei ao certo quantas estações floridas se deram
tenho ciência apenas de que tive algumas

Infelizmente, parece-me mais próprio contar os invernos
talvez porque na noite gélida tenha essa res nascido
ou porque o frio tenha lhe exigido mais destreza

Não sei se são os aprendizados obtidos nas tempestuosidades que lhe fazem melhor recordar do frio, que foram muitos, ou se porque as alegrias do calor solar sempre passam tão depressa.

Não me apraz ser mais uma sombra vivente
Mas o sol estava em ti e derretia os cristais de gelo que se cumularam na minha alma
Quando foras, deste lugar ao inverno
e com ele o frio
e, até agora ao menos, insiste ele em ficar aqui
como uma cúpula de cristal circundando todo e qualquer sentimento
gélido,
conservando cada lembrança e fazendo queimar o espírito

Como podem ser infernais os dias em que a paz predomina
Como podem ser ardis as noites frias e solitárias

Um eterno inverno se apodera de mim
Perséfone se perdeu no Hades
e mesmo que por metade não retornou de seu reino tão sombrio
levando consigo o brilho destes olhos que vos dizem estas coisas
esterilizando também este coração,
que nada mais espera colher
que labuta apenas por coação celestial
que vive morto,
mas que não vive e,
de fato está morto desde então.

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