quinta-feira, 24 de setembro de 2009

XXI - cessaram os versos...

Cessaram os versos
Não há nenhuma inspiração
Ela se foi no dia de tua partida
E inundaram-me com dúvidas
(o próprio porquê de mim mesma)
Depois Não partiu (apenas partiu minha alma)
mas revelou que o faria a qualquer hora necessária
Com dor
mas sem rancor
nem temor
A verdade estapeou-me tirando-me do eu contigo
E levou-me para o inferno do eu sem você
Éramos unos
Indestrutíveis
Infinitos
e era bela minha crença
Mas desfaleceu-se meu deus
Meu herói
Mostrara-me a finitude
a subtração sentimental
a divisão da matéria
e a existência do espaço corpóreo
leis físicas, cósmicas que passei a ignorar com tua chegada
Não posso mais respirar sem sentir o odor do fatídico
Como um fétido moribundo aguardando o fim
Vivendo crepúsculo por crepúsculo
Maculada por esperar que depois da noite meu sol não reapareça
Ao menos não para meus olhos