quarta-feira, 16 de setembro de 2009

XIII- eu te prometo...

Eu te prometo
Eu posso te prometer
Eu te prometo o que na verdade o tempo já fez
Não soltas promessas
Mas provas concretas
Te amei enquanto nascia o sol, e continuei mesmo quando ele se pôs
Meu amor sempre foi transcendental
te amei em vida
e durante a passagem
E das tantas vezes que estive junto a ti (matéria ou não)
Não houve espécie alguma de laço que não te dispusesse amor ou zelo
Foram tantas formas e expressões
e sempre foi amor que te dispus
Ouvi teu riso, teu choro, teu chamado
e aqui estou
Pra ti, por ti
Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza
Assim como promete a jovem nubente
Prometo e disponho-me a ti
Mas minha promessa não se transfigura num simples e mortal voto
Porque sabemos nós que nem a morte em todas as suas formas e verdades
Foi ou será capaz de separar o meu espírito do teu
Por esta mesma razão
Não há tristeza profunda que possa se abrigar definitivamente em meu seio
ou saudade
que possa atormentar minha alma por longo tempo
Veja que o sol já se escondeu para dar graça às estrelas no infinito negro do céu
Do mesmo modo como tu dás brilho aos olhos meus
O véu da noite acalanta e guarda os amantes
Ela é nossa confidente
Até o vento cessou para que sua melodia ao embalar as folhas
não rompa o misericordioso silêncio deste momento
que dá fulgor e tom ao coração que bate alegre em meu peito
Em verdade
não tenho recordação alguma das idas e vindas de nós
Mas teus olhos me recordam toda a ternura e amor
que só um ser imortal pode acumular em milhares de vidas
e despertam o único e evidente desejo que uma vã forma mortal o poderia
Que não digas adeus tão cedo
ou que ao menos aguardes a primavera
para que desta vez possa eu partir contigo
meu eterno amor.